Tecnologia que nasce na floresta: projeto da UEA forma talentos e inova na Amazônia
No coração da Amazônia, uma iniciativa tecnológica conectando universidade, indústria e inovação está transformando o modo como a região forma profissionais e desenvolve soluções para seus próprios desafios. O projeto Callidus Academy, da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA), prepara estudantes para atuar em áreas como desenvolvimento de software, montagem de componentes eletrônicos e indústria 4.0, abrindo caminhos para uma nova geração de talentos amazônidas.
Inovação com raízes locais
Imagine viver em uma região onde os recursos são abundantes, mas as oportunidades nem sempre acompanham. Onde rios, florestas e distâncias moldam a vida — e onde a tecnologia precisa dialogar com essa realidade. Nesse cenário, iniciativas como o projeto Callidus surgem como instrumentos estratégicos de transformação.
Com sede na EST/UEA, em Manaus, o Callidus é mais do que um laboratório: é um programa de formação, pesquisa e desenvolvimento que conecta estudantes da universidade a tecnologias de ponta e desafios reais da indústria. Financiado por meio da Lei de Informática para a Amazônia Ocidental, com apoio da Callidus Indústria de Componentes Eletrônicos, o projeto atua em áreas como:
- Desenvolvimento de softwares e aplicativos
- Montagem de componentes eletrônicos e soldagem
- Tecnologia de montagem SMT (Surface-Mount Technology)
- Lean manufacturing e processos de automação industrial
- Testes e validação de dispositivos
Integrado ao ecossistema de inovação da UEA, o projeto se articula com o laboratório Saltu, que oferece formação prática voltada ao desenvolvimento de jogos eletrônicos e soluções computacionais. Estudantes de engenharia, computação e cursos tecnológicos encontram ali uma ponte entre a sala de aula e o mercado — e uma oportunidade de aplicar conhecimento em contextos amazônicos.



Da universidade à indústria: formando para transformar
O Callidus representa um modelo de formação que vai além da teoria. Ao aproximar alunos de processos industriais, prototipagem de dispositivos e metodologias modernas de produção, o projeto prepara profissionais capazes de atuar com autonomia e pensamento crítico em setores estratégicos.
Em sintonia com o planejamento estratégico da UEA, que busca consolidar sua atuação como universidade de inovação, o Callidus também alimenta a política de aproximação com o Polo Industrial de Manaus (PIM), gerando pesquisa aplicada, transferência de tecnologia e inovação regional.
Estudantes envolvidos no projeto podem participar de protótipos, publicações científicas, patentes e projetos com empresas. O perfil ideal inclui alunos curiosos, com interesse em eletrônica, software, automação, e, principalmente, motivação para resolver problemas concretos do território em que vivem.
Potencial multiplicador e desafios pela frente
Ainda em fase de crescimento, o projeto Callidus já se insere em uma rede de iniciativas da EST/UEA voltadas à formação tecnológica, como o projeto Academia STEM e os laboratórios de prototipagem e automação. Casos recentes, como o uso de inteligência artificial para previsão das cotas dos rios da Bacia Amazônica, mostram o potencial de projetos desenvolvidos por estudantes da UEA quando contam com estrutura e apoio.
No entanto, desafios permanecem: a visibilidade do projeto ainda é limitada, e o acesso a documentos públicos — como relatórios e portfólios consolidados — poderia fortalecer a transparência e atrair novos parceiros. A sustentabilidade financeira de iniciativas como essa também depende de políticas públicas contínuas e da articulação com o setor produtivo.
Com o vestibular da UEA se aproximando, o Callidus Academy se destaca como exemplo do que a universidade pode oferecer a quem busca aprender, inovar e permanecer na Amazônia para construir soluções a partir dela. Para estudantes interessados em engenharia, computação ou tecnologia, é mais do que um projeto: é uma oportunidade de fazer parte de uma transformação que começa dentro da floresta e alcança o mundo.






