Laboratório pioneiro, computador quântico educacional e workshop promovem avanço científico e conectam Manaus às fronteiras da inovação tecnológica.
A física quântica costuma figurar como tema central de filmes como Interestelar ou Homem-Formiga, que brincam com ideias de universos sobrepostos, tempo dobrado e realidades simultâneas. O que parecia ficção, contudo, está cada vez mais perto de ser parte do cotidiano — e Manaus está entrando no jogo.
A computação quântica rompe paradigmas: em vez de bits convencionais (0 ou 1), trabalha com qubits que podem representar ambos os estados simultaneamente — fenômeno conhecido como superposição. Isso permite resolver problemas com muitas variáveis de modo muito mais rápido, fazer simulações moleculares complexas, otimizar rotas logísticas ou modelos climáticos, além de exigir atenção redobrada com segurança digital, dada a possibilidade de quebra de criptografias que hoje consideramos seguras.
Tecnologia quântica ganha espaço na Amazônia com infraestrutura inédita
Foi nesse contexto que, no dia 16 de setembro de 2025, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) inaugurou o Laboratório de Tecnologias e Inovações Quânticas (LATIQ), na Escola Superior de Tecnologia (EST), em Manaus. A inauguração incluiu a apresentação do primeiro computador quântico educacional da Região Norte — equipamento de 2 qubits —, exibição das linhas de pesquisa do LATIQ (como Criptografia Quântica, Sensores Quânticos, Agro Quântico e Química Quântica) e demonstrações práticas no novo laboratório.
À frente do LATIQ está o professor Manoel Azevedo, coordenador do laboratório, que enfatizou que Manaus passa a contar com uma infraestrutura ainda rara no Brasil, capaz de dar suporte ao aprendizado, à pesquisa e à inovação em tecnologias quânticas.
O laboratório permitirá que estudantes e pesquisadores da UEA experimentem com programação quântica e linguagens como Q#, Qiskit, Cirq, PyQuil e PennyLane, que são padrões usados em iniciativas globais.
O equipamento de 2 qubits será acessado via servidor clássico, permitindo a modelagem de projetos como desenvolvimento de sensores quânticos, simulações e outras aplicações emergentes.
Inovação que conecta academia, indústria e desenvolvimento regional
Empresas do Polo Industrial de Manaus já demonstram interesse nessa nova infraestrutura. Um exemplo citado na mídia é a Fama Tech, que participa de iniciativas como o Amazonian Quantum Initiative (AQI) 2025, buscando articular ciência quântica com produção local, automação e qualidade 4.0.
Essa aproximação indica que não se trata apenas de pesquisa acadêmica, mas de preparar um ecossistema onde indústria, governo e academia trabalhem juntos para inovação sustentável.
O workshop ligado à inauguração também cumpriu um papel importante de mobilização: aproximou especialistas, estudantes, docentes e representantes institucionais para apresentar o que já está disponível no LATIQ, demonstrar possibilidades tecnológicas e iniciar colaborações. A presença de toda a gestão superior da UEA — Reitor, Direção da EST, além de professores e alunos — reforçou o compromisso com o futuro tecnológico da região.
O LATIQ nasce com missão clara: ser um polo de pesquisa, formação e aplicação em tecnologias emergentes quânticas, gerando conhecimento, desenvolvendo talentos e fomentando inovação sustentável. Com a inauguração, Manaus dá um passo concreto para integrar-se ao cenário nacional e internacional de computação quântica, reforçando sua posição de liderança tecnológica na Amazônia.
Tecnologia que nasce na floresta: projeto da UEA forma talentos e inova na Amazônia
No coração da Amazônia, uma iniciativa tecnológica conectando universidade, indústria e inovação está transformando o modo como a região forma profissionais e desenvolve soluções para seus próprios desafios. O projeto Callidus Academy, da Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA), prepara estudantes para atuar em áreas como desenvolvimento de software, montagem de componentes eletrônicos e indústria 4.0, abrindo caminhos para uma nova geração de talentos amazônidas.
Inovação com raízes locais
Imagine viver em uma região onde os recursos são abundantes, mas as oportunidades nem sempre acompanham. Onde rios, florestas e distâncias moldam a vida — e onde a tecnologia precisa dialogar com essa realidade. Nesse cenário, iniciativas como o projeto Callidus surgem como instrumentos estratégicos de transformação.
Com sede na EST/UEA, em Manaus, o Callidus é mais do que um laboratório: é um programa de formação, pesquisa e desenvolvimento que conecta estudantes da universidade a tecnologias de ponta e desafios reais da indústria. Financiado por meio da Lei de Informática para a Amazônia Ocidental, com apoio da Callidus Indústria de Componentes Eletrônicos, o projeto atua em áreas como:
- Desenvolvimento de softwares e aplicativos
- Montagem de componentes eletrônicos e soldagem
- Tecnologia de montagem SMT (Surface-Mount Technology)
- Lean manufacturing e processos de automação industrial
- Testes e validação de dispositivos
Integrado ao ecossistema de inovação da UEA, o projeto se articula com o laboratório Saltu, que oferece formação prática voltada ao desenvolvimento de jogos eletrônicos e soluções computacionais. Estudantes de engenharia, computação e cursos tecnológicos encontram ali uma ponte entre a sala de aula e o mercado — e uma oportunidade de aplicar conhecimento em contextos amazônicos.



Da universidade à indústria: formando para transformar
O Callidus representa um modelo de formação que vai além da teoria. Ao aproximar alunos de processos industriais, prototipagem de dispositivos e metodologias modernas de produção, o projeto prepara profissionais capazes de atuar com autonomia e pensamento crítico em setores estratégicos.
Em sintonia com o planejamento estratégico da UEA, que busca consolidar sua atuação como universidade de inovação, o Callidus também alimenta a política de aproximação com o Polo Industrial de Manaus (PIM), gerando pesquisa aplicada, transferência de tecnologia e inovação regional.
Estudantes envolvidos no projeto podem participar de protótipos, publicações científicas, patentes e projetos com empresas. O perfil ideal inclui alunos curiosos, com interesse em eletrônica, software, automação, e, principalmente, motivação para resolver problemas concretos do território em que vivem.
Potencial multiplicador e desafios pela frente
Ainda em fase de crescimento, o projeto Callidus já se insere em uma rede de iniciativas da EST/UEA voltadas à formação tecnológica, como o projeto Academia STEM e os laboratórios de prototipagem e automação. Casos recentes, como o uso de inteligência artificial para previsão das cotas dos rios da Bacia Amazônica, mostram o potencial de projetos desenvolvidos por estudantes da UEA quando contam com estrutura e apoio.
No entanto, desafios permanecem: a visibilidade do projeto ainda é limitada, e o acesso a documentos públicos — como relatórios e portfólios consolidados — poderia fortalecer a transparência e atrair novos parceiros. A sustentabilidade financeira de iniciativas como essa também depende de políticas públicas contínuas e da articulação com o setor produtivo.
Com o vestibular da UEA se aproximando, o Callidus Academy se destaca como exemplo do que a universidade pode oferecer a quem busca aprender, inovar e permanecer na Amazônia para construir soluções a partir dela. Para estudantes interessados em engenharia, computação ou tecnologia, é mais do que um projeto: é uma oportunidade de fazer parte de uma transformação que começa dentro da floresta e alcança o mundo.


Quando a floresta pede cuidado: um olhar sobre os efeitos da malária na mente dos idosos amazônicos
Entre rios que se entrelaçam como artérias e florestas que respiram em verde profundo, a Amazônia é mais do que uma paisagem — é uma força viva que abriga histórias, saberes e também desafios que pedem atenção constante. Viver aqui é conviver com belezas e vulnerabilidades, onde doenças tropicais ainda testam os limites da ciência e da resistência humana. Foi nesse cenário que nasceu uma das pesquisas mais inovadoras sobre saúde na região: um estudo que revela como a malária Plasmodium vivax pode afetar as funções cognitivas e executivas de idosos amazônicos.
Ciência que nasce da Amazônia para o mundo
Conduzido pelo neuropsicólogo Rockson Pessoa, no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), o estudo é o primeiro no mundo a identificar impactos da malária vivax na saúde cognitiva de pessoas idosas.
A pesquisa acompanhou 140 idosos em Manaus, divididos entre quem havia sido infectado pela doença e quem não apresentava histórico recente de malária. Em diferentes etapas — da fase aguda até oito meses após a infecção —, os participantes passaram por avaliações neuropsicológicas que analisaram memória, raciocínio, flexibilidade cognitiva e capacidade de planejamento.
Os resultados acenderam um alerta: mesmo meses após o tratamento, idosos que tiveram malária apresentaram déficits cognitivos persistentes, com prejuízos em habilidades mentais essenciais para a autonomia e a qualidade de vida. O estudo também apontou que quanto maior o número de episódios de malária ao longo dos anos, mais intensos os impactos nas funções do cérebro.
Uma descoberta com significado amazônico e global
Em uma região onde a malária ainda é um desafio recorrente — o Amazonas concentra cerca de 40% dos casos de malária do país, segundo dados do Ministério da Saúde —, compreender seus efeitos de longo prazo é fundamental. A descoberta abre caminhos para políticas de atenção à saúde do idoso na Amazônia, incluindo o acompanhamento cognitivo de quem enfrentou a doença.
Mais do que um alerta epidemiológico, o trabalho de Rockson Pessoa representa o avanço de uma ciência feita a partir da Amazônia, por pesquisadores comprometidos em traduzir os desafios da floresta em conhecimento de impacto global.
Reconhecida nacional e internacionalmente, a FMT-HVD tem se consolidado como referência em pesquisas sobre doenças tropicais, reunindo especialistas que atuam na fronteira entre saúde pública e inovação científica. Além dos estudos sobre malária, a instituição lidera investigações sobre hepatites virais, leishmaniose, arboviroses e HIV, fortalecendo a produção de ciência amazônica voltada para o cuidado humano e para políticas de saúde mais justas e sustentáveis.
UEA realiza o Amazonian Quantum Policy, Education & Strategy Forum 2025 e consolida a Amazônia como polo de inovação quântica
Manaus, 10 de outubro de 2025 — A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio da Escola Superior de Tecnologia (EST), realizou nesta sexta-feira (10) o Amazonian Quantum Policy, Education & Strategy Forum 2025 (AQPES), evento que integra a Amazonian Quantum Initiative (AQI 2025) e celebra o International Year of Quantum Science and Technology.
O encontro reuniu pesquisadores, professores, alunos e representantes institucionais nacionais e internacionais, consolidando a UEA como uma das protagonistas brasileiras na difusão e desenvolvimento das tecnologias quânticas. O auditório da EST ficou completamente lotado, refletindo o crescente interesse do público acadêmico e profissional pela revolução tecnológica que a física quântica está trazendo para diferentes setores da sociedade.
Destaques das apresentações
Entre os principais destaques do evento esteve a palestra do Prof. Luiz Augusto Silvestre Luccas, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Venturus, amplamente conhecido nas redes sociais como “Econofísico”. O professor apresentou o tema “O Computador Quântico Brasileiro: Conceito, Desenvolvimento e Desafios”, abordando o trabalho desenvolvido na Unicamp e ressaltando o papel fundamental de parcerias como a do Venturus no avanço da pesquisa aplicada e na aproximação entre academia e indústria tecnológica.
Outro momento de grande relevância foi a palestra do Prof. Dr. Manoel Azevedo, coordenador do Laboratório de Tecnologias e Inovações Quânticas (LATIQ/UEA), que abordou o tema “Segurança de Dados com Criptografia Quântica”. Durante sua apresentação, o professor destacou como as tecnologias quânticas estão revolucionando os protocolos de segurança digital e antecipou discussões sobre criptossistemas híbridos e pós-quânticos, tema que também está sendo desenvolvido em suas pesquisas de longo prazo na UEA.
O Tenente-Coronel Vitor Gouvêa Andrezo Carneiro, do Exército Brasileiro, ministrou a palestra “Canal Quântico e Iniciativas Militares no Brasil”, destacando as frentes de pesquisa conduzidas pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e os avanços em comunicações quânticas seguras voltadas à defesa nacional e à proteção de infraestruturas críticas.


Educação e formação de especialistas
Um dos pontos de grande interesse do público foi o anúncio da Especialização em Computação Quântica da UEA, idealizada e coordenada pelo Prof. Dr. Manoel Azevedo, já aprovada em todas as instâncias institucionais da universidade. O curso, pioneiro na região Norte, visa formar profissionais capazes de compreender e aplicar conceitos de computação quântica, algoritmos, criptografia e sensores quânticos em diversos campos da engenharia, ciência e tecnologia.
Entretanto, conforme informado durante o Fórum, a oferta do curso ainda não teve início, uma vez que a UEA busca parcerias e patrocínios institucionais que permitam disponibilizar vagas gratuitas para o público interessado, especialmente alunos e pesquisadores da Amazônia.
Integração e perspectivas
O AQPES 2025 na UEA foi organizado pelo Prof. Dr. Manoel Azevedo e contou com o apoio da Reitoria da UEA e representado na sua abertura pelo Prof Dr. Nilson da Pró-Reitoria de Administração (PROADM), da Assessoria de Imprensa da UEA, e de diversos parceiros institucionais, incluindo o Instituto Evereste, o Venturus, o Instituto Fóton+, a Dobslit Quantum Technologies e o CENSIPAM.
O evento reafirmou a vocação da UEA para liderar projetos de inovação científica e tecnológica na Amazônia, promovendo um ambiente colaborativo entre universidades, forças armadas e setor produtivo.
Participação e transmissão
O Fórum contou com a presença de mais de 100 participantes, entre docentes, estudantes e representantes de instituições públicas e privadas. Todos receberam certificados de participação válidos como horas complementares. O evento foi gravado e será transmitido pelo canal oficial da UEA no YouTube, ampliando o acesso ao conteúdo e permitindo que um público ainda maior possa acompanhar as discussões sobre o futuro das tecnologias quânticas.
Sobre a Amazonian Quantum Initiative (AQI 2025)
A Amazonian Quantum Initiative (AQI) é uma ação integrada coordenada pela UEA por meio do LATIQ, com o propósito de desenvolver um ecossistema regional de pesquisa, educação e inovação em tecnologias quânticas. A iniciativa busca integrar universidades, centros de pesquisa, empresas de base tecnológica e órgãos governamentais, promovendo a formação de talentos e a transferência de conhecimento para o fortalecimento da soberania científica e tecnológica na Amazônia e no Brasil.
A criação de um Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio) coloca o Brasil diante de uma oportunidade estratégica: transformar sua biodiversidade em vetor de desenvolvimento sustentável. A Amazônia, com sua vastidão de recursos naturais e culturais, é o território em que esse debate ganha maior urgência e relevância.
O potencial da biodiversidade
A Amazônia abriga a maior diversidade biológica do planeta. Frutos, sementes, fibras, óleos e conhecimentos tradicionais formam uma base riquíssima para cadeias produtivas capazes de gerar valor agregado, emprego e renda. No entanto, boa parte desse potencial permanece subutilizada ou restrita a mercados de baixo valor, enquanto atividades predatórias ainda predominam em muitas áreas.
Um plano nacional de bioeconomia tem o papel de criar condições para que a floresta em pé se torne mais vantajosa economicamente do que a degradação, transformando saberes e recursos em oportunidades reais para a população local.
Preocupações em torno da implementação
Apesar das promessas, há desafios estruturais que precisam ser enfrentados. Entre eles, a garantia de participação efetiva de comunidades indígenas, ribeirinhas e tradicionais, que detêm conhecimentos fundamentais para o manejo sustentável. A inclusão social, nesse contexto, não pode ser apenas simbólica: é condição para a legitimidade e o sucesso da bioeconomia.
Outro ponto sensível é a infraestrutura. A dificuldade de transporte, armazenamento e comercialização limita o avanço das cadeias produtivas, encarecendo produtos e reduzindo competitividade. Sem enfrentar esses gargalos, qualquer plano corre o risco de ficar no papel.
Também há a preocupação com o chamado greenwashing. É preciso evitar que o termo “bioeconomia” seja usado apenas como retórica, sem resultados concretos na redução do desmatamento e na promoção de modelos de negócio verdadeiramente sustentáveis.
Medidas estruturantes necessárias
Para que a bioeconomia se consolide como alternativa viável, é indispensável uma combinação de ações:
- Pesquisa e inovação: investimentos em ciência e tecnologia são fundamentais para desenvolver novos produtos e agregar valor à biodiversidade.
- Valorização dos saberes tradicionais: reconhecer e integrar conhecimentos ancestrais ao processo é uma forma de garantir práticas eficazes e justas.
- Políticas públicas integradas: a bioeconomia depende da articulação entre diferentes áreas — meio ambiente, ciência, agricultura, desenvolvimento regional.
- Financiamento e capacitação: linhas de crédito específicas, assistência técnica e formação de empreendedores locais são caminhos para tornar a economia da floresta competitiva.
Expectativas para a Amazônia
Se bem conduzida, a bioeconomia pode inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento para a Amazônia. A expectativa é que o plano ajude a fortalecer cadeias produtivas já existentes, abrir novos mercados, gerar emprego e renda de forma inclusiva, além de consolidar o Brasil como referência global em uso sustentável da biodiversidade.
Mais do que uma política de governo, a bioeconomia precisa se afirmar como um compromisso de longo prazo: um pacto nacional que una conservação, ciência e inclusão social, garantindo que a floresta em pé continue sendo fonte de vida e prosperidade.
O Dia Internacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro, é uma oportunidade para refletir sobre a importância de valorizar e cuidar da terceira idade. Mais do que reconhecer sua trajetória, a data nos lembra do papel essencial que os idosos têm na transmissão de conhecimentos, afetos e valores para toda a sociedade.
Envelhecer é um processo natural, mas pode – e deve – ser vivido com qualidade, dignidade e com novas perspectivas. É aqui que entram instituições como a FUNATI (Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade), que atua fortemente no Amazonas oferecendo uma gama de cursos, oficinas e serviços para garantir um envelhecimento ativo, saudável e socialmente integrado.
O que a FUNATI oferece
A FUNATI desenvolve múltiplas atividades nas áreas de ensino, extensão, pesquisa e assistência à saúde voltadas para pessoas idosas. Alguns exemplos recentes:
- Cursos e oficinas: Informática básica, preparação para aposentadoria, acompanhamento comunitário de pessoas idosas, cuidados paliativos, educador social do envelhecimento.
- Atividades culturais, de lazer e inclusão digital: cursos “Conexão Digital 60+”, rodas de conversas, palestras, web-palestras, podcasts, campanhas educativas.
- Atendimento em saúde: ações preventivas, saúde mental, fisioterapia, ambulatório de saúde do idoso.
- Extensão social: FUNATI Social (oferecimento de serviços gratuitos como corte de cabelo, esmaltação, design de sobrancelha etc.) para alunos idosos.
- Infraestrutura em desenvolvimento: será construída ampliação na sede com novas salas, auditório, e até piscina aquecida para ampliar serviços oferecidos.
No ano de 2024, a FUNATI encerrou com mais de 172 mil atendimentos voltados à pessoa idosa, reforçando ser um dos polos principais para quem busca envelhecer com qualidade no Amazonas.
Parceria FUNATI & Amazonprev
A FUNATI tem uma parceria com a Fundação Amazonprev que foca em promover bem-estar, qualidade de vida, saúde preventiva, exercícios culturais, educativos e de lazer para aposentados e pensionistas. Alguns detalhes:
- O programa Idade Ativa, da Amazonprev, em conjunto com a FUNATI, oferece várias oficinas livres, aulas culturais, de dança, Pilates, Tai Chi Chuan e Espanhol para pessoas com mais de 50 anos.
- Também há o programa “Viver Ativo e Saudável”, formalizado entre FUNATI e Amazonprev, que engloba oficinas, palestras, rodas de conversa e campanhas educativas de saúde, voltadas tanto para aposentados/pensionistas quanto para servidores ativos.
- Em eventos como o FUNATI Social, há serviço de atendimento gratuito (como aferição de pressão, corte de cabelo, massagens, design de sobrancelhas etc.) para idosos, contribuindo para autoestima, bem-estar físico e social.
Essa parceria mostra que a Amazonprev, com apoio da FUNATI, vai além da previdência: promove inclusão, saúde preventiva, socialização, formação de novos saberes e atividades que favorecem um envelhecimento mais pleno.
Amoraki: o papel social da Fundação Muraki
Para completar esse panorama, é fundamental ver como a Fundação Muraki entra em cena por meio de seu Programa Amoraki (aMoraki):
Criado em 2021 para atuar junto a pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo idosos.
As primeiras ações eram de caráter emergencial (doação de cestas, distribuição de alimentos, refeições para moradores de rua, crianças e idosos em abrigos) e, a partir de 2022, o Amoraki vem se estruturando para ações contínuas, preventivas e de apoio social básico.
O programa inclui propostas para cursos de qualificação profissional, oficinas socioeducativas, campanhas de prevenção, acompanhamento social, visitas domiciliares, entre outras, para famílias de baixa renda.
A Muraki, por meio do Amoraki, reforça seus valores de inclusão, educação, cultura, lazer, capacitação, apoio familiar e ética. Esses valores convergem fortemente com os que a FUNATI aplica no público idoso.
A Amazônia é o maior celeiro de biodiversidade do planeta. Essa riqueza natural, aliada aos saberes tradicionais e à ciência, abre espaço para um novo modelo de desenvolvimento: a bioeconomia. Mais do que um conceito, ela representa uma aposta concreta para gerar renda, inovação e sustentabilidade, colocando a região como protagonista de soluções globais.
Tecnologia como aliada da floresta
O avanço tecnológico potencializa a transformação dos ativos da biodiversidade em produtos e processos de alto valor agregado. Da biotecnologia ao uso de inteligência artificial, do sensoriamento remoto ao desenvolvimento de novos materiais sustentáveis, a bioeconomia amazônica mostra que é possível unir conhecimento científico e inovação para criar cadeias produtivas que respeitam o meio ambiente e geram impacto social.
Casos que mostram que a bioeconomia já é realidade
- Amazonly Cosmetics (AP) – transforma óleos e manteigas vegetais da floresta em cosméticos sustentáveis, com insumos fornecidos por comunidades ribeirinhas e indígenas. O resultado é geração de renda local e valorização dos saberes tradicionais.
- AGJTech (AM) – startup manauara que utiliza o caroço de açaí, antes descartado como resíduo, para produzir bioplástico. Um exemplo de inovação circular que conecta sustentabilidade e mercado global.
- Projeto MAM GÁP (MT) – conduzido pelo povo indígena Zoró, fortalece a identidade cultural e a autonomia por meio do extrativismo sustentável da castanha-do-Brasil.
- Terramazônia (PA) – aproveita resíduos da castanha para desenvolver alimentos funcionais, agregando valor a um produto amazônico tradicional e abrindo novas possibilidades para a indústria alimentícia.
Esses e muitos outros projetos provam que a bioeconomia amazônica já está em curso — inovadora, inclusiva e sustentável.
O diferencial da Amazônia
O grande trunfo da região está na combinação entre diversidade biológica e diversidade cultural. Povos tradicionais, pesquisadores, empreendedores e instituições de ciência e tecnologia somam forças para transformar o potencial da floresta em soluções concretas para os desafios do presente e do futuro.
A conferência que conecta inovação e futuro
Para aprofundar esse debate e dar visibilidade a novas ideias, a 6ª Conferência Internacional sobre Processos Inovativos da Amazônia (AMOCI) reunirá em Manaus pesquisadores, empreendedores, investidores e instituições de ciência e tecnologia. O evento será um espaço estratégico para trocar experiências, apresentar cases de sucesso e fortalecer o ecossistema de inovação da região.
Como inovação digital pode impulsionar a bioeconomia amazônica
Na encruzilhada entre floresta e tecnologia, surge uma proposta ousada: transformar produtos da sociobiodiversidade amazônica em ativos digitais que movimentam investimento, geram renda local e contribuem para a conservação. Essa é a missão da ForestiFi, uma startup manauara que aposta na tokenização de cadeias produtivas sustentáveis.
Com apoio de tecnologias como blockchain, contratos inteligentes e rastreabilidade digital, o modelo da ForestiFi pretende conectar investidores de impacto a comunidades extrativistas da Amazônia — e com isso gerar valor para produtos como castanha, guaraná, cacau nativo e pirarucu de manejo.
Como funciona a proposta da ForestiFi?
- Ativos da floresta são tokenizados — por exemplo, 1.850 kg de castanha se tornam tokens digitais lastreados na produção local.
- Investidores compram os tokens, financiando diretamente cooperativas e associações de base comunitária.
- Blockchain garante rastreabilidade — permitindo verificar origem, compromissos socioambientais e transparência das operações.
- Comunidades recebem recursos adiantados, conseguem planejar a produção e melhorar sua renda.
O modelo já foi aplicado a cadeias como:
- Castanha-da-Amazônia
- Guaraná selvagem
- Cacau nativo
- Pirarucu de manejo

O que ainda precisa evoluir?
Apesar do potencial, o modelo ainda enfrenta entraves:
| Desafio | Explicação | Oportunidade de ação |
|---|---|---|
| Baixa escalabilidade | Cada projeto exige análise personalizada | Automatizar auditorias, criar APIs para replicação |
| Desigualdade digital | Conectividade limitada e baixa alfabetização digital | Desenvolvimento de interfaces acessíveis + apoio técnico |
| Insegurança jurídica | Lacunas na regulação da tokenização de ativos florestais e coletivos | Trabalhar com marcos regulatórios e protocolos jurídicos éticos |
| Governança comunitária frágil | Participação local ainda é limitada nas decisões estratégicas | Criar DAOs ou conselhos com voto comunitário real |
| Foco restrito ao produto físico | Não tokeniza saberes, serviços ambientais ou territórios conservados | Expandir o escopo para novos tipos de ativos |
| Transparência do impacto | Investidores nem sempre têm clareza dos resultados sociais/ambientais | Relatórios públicos, dashboards e auditorias sociais |
Estudos de caso: outras soluções semelhantes no Brasil
A ForestiFi não está sozinha nessa jornada. Diversas outras iniciativas vêm testando modelos de tokenização aplicados à floresta, ativos ambientais e cadeias produtivas sustentáveis. Veja o comparativo:
| Nome da Iniciativa | Proposta | Similaridades com a ForestiFi | Diferenças-chave |
|---|---|---|---|
| ForesToken | Plataforma de tokens lastreados em florestas plantadas (m³ de madeira) | Tokenização, blockchain, ativo florestal | Foco em florestas plantadas, não extrativismo |
| Abundance Brasil | Tokens de reflorestamento em propriedades rurais, com foco em sequestro de carbono | Investimento de impacto, token como instrumento de sustentabilidade | Foco em carbono e reflorestamento, não em produtos da sociobiodiversidade |
| 4Rest | Tokenização de áreas preservadas (1 token = 1 m² de floresta) | Rastreabilidade, conservação, impacto ambiental | Foco exclusivo em preservação, não em geração de renda com produção |
| Standing Forest Coin (SFC) | Moeda digital acadêmica voltada à proteção de floresta nativa | Uso de blockchain para conservação florestal | Ainda é conceitual, sem operação ativa no mercado |
Análise: Enquanto a ForestiFi une produção sustentável, comunidades e rastreabilidade, outras soluções focam em carbono, florestas plantadas ou conservação passiva. A integração de múltiplos ativos da sociobiodiversidade torna o modelo da ForestiFi único — e também desafiador.
Como a Muraki pode colaborar com esse ecossistema?
A Fundação Muraki pode ter um papel estratégico na adaptação, multiplicação e consolidação desse tipo de inovação para a realidade amazônica.
Possibilidades de atuação:
- Educação e formação
Incluir tokenização e inovação socioambiental em programas de formação de recursos humanos na Amazônia. - Articulação de comunidades e startups
Facilitar parcerias entre associações extrativistas e plataformas digitais, ajudando na construção de confiança, estrutura jurídica e apoio técnico. - Promoção de novos ativos tokenizáveis
Apoiar projetos-piloto que explorem tokenização de:- Reflorestamento comunitário
- Serviços ambientais hídricos
- Saberes tradicionais (com proteção e ética)
- Turismo sustentável de base comunitária
- Apoio à regulação e políticas públicas
Participar da construção de políticas locais que reconheçam e regulem a tokenização como ferramenta para inclusão e desenvolvimento sustentável.
A Amazônia pode — e deve — liderar a revolução da bioeconomia inclusiva. Iniciativas como a ForestiFi mostram que é possível combinar tecnologia de ponta, inteligência coletiva e valores socioambientais para criar novos caminhos. Mas para isso, é preciso mais do que boas ideias: é necessário rede, governança, formação, infraestrutura e instituições comprometidas.
A Fundação Muraki reafirma seu compromisso de estar nesse debate, fomentando soluções que respeitem as pessoas, a floresta e o futuro. A tokenização pode ser mais que um conceito: pode ser uma ferramenta real para fazer a floresta valer mais em pé do que derrubada.
Manaus, 16 de setembro de 2025 — A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) vive hoje o seu “dia D” com a inauguração oficial do Laboratório de Tecnologias e Inovações Quânticas (LATIQ). A solenidade reuniu o Reitor, Prof. Dr. André Zogahib, a Vice-Reitora, Profa. Dra. Katia Couceiro, o Diretor da Agência de Inovação (Agin), Prof. Antonio Mesquita, o Diretor da Escola Superior de Tecnologia (EST), Prof. Dr. Jucimar Júnior, a Diretora de Qualidade, Profa. Samanta, e o Presidente da Muraki, Prof. MSc. Fernando Moreira Junior, além de professores, pesquisadores, estudantes e convidados.
A criação do LATIQ resulta da liderança e articulação do coordenador, Prof. Dr. Manoel Azevedo, que conduziu o desenho estratégico, a formação de parcerias e a preparação de infraestrutura — incluindo o computador quântico educacional — para impulsionar linhas de pesquisa em computação e sensores quânticos com aplicações em sustentabilidade, manufatura avançada, saúde, defesa e agro 4.0.
E há um simbolismo matemático raro nesta data: 16.09.25. Ela codifica o triângulo pitagórico clássico (4², 3², 5²), pois 16 (=4²) + 9 (=3²) = 25 (=5²). Assim como no Teorema de Pitágoras, em que a soma dos quadrados dos catetos sustenta a hipotenusa, o LATIQ nasce da soma de vetores institucionais — ciência, formação e impacto — que, juntos, criam uma base sólida para novos avanços e para o protagonismo da UEA na era quântica.
“O LATIQ é uma ponte entre o conhecimento que produzimos e os desafios reais da Amazônia. Nossa missão é formar talentos, gerar soluções e inserir o Amazonas no mapa global das tecnologias quânticas”, afirma o Prof. Dr. Manoel Azevedo, coordenador do laboratório.

Mais do que um marco acadêmico, a inauguração do LATIQ simboliza que iniciativas distintas (4 e 3) ganham grandeza quando integradas (5), formando uma base sólida para avanços científicos e impacto social. Com o novo laboratório, a UEA reafirma seu compromisso em preparar o Amazonas e o Brasil para a era das tecnologias quânticas, consolidando liderança regional, relevância nacional e conexões internacionais.


Como a qualificação para exportação pode ajudar startups brasileiras a superar o tarifaço e conquistar novos mercados
Com o aumento das tarifas internas, instabilidade econômica e um mercado doméstico cada vez mais competitivo, startups brasileiras têm voltado os olhos para o cenário internacional. Mais do que uma alternativa, exportar soluções inovadoras passou a ser uma estratégia essencial para diversificar receitas, escalar operações e garantir resiliência diante de crises. No entanto, esse processo exige mais do que vontade: requer preparo técnico, visão de mercado e estruturação interna. É aí que entra a qualificação para exportação.
Preparar para exportar é mais do que vender para fora
Diferente da ideia simplificada de “vender para o exterior”, a exportação envolve uma jornada complexa que começa muito antes da primeira remessa internacional. Empresas precisam compreender profundamente as exigências legais, logísticas, culturais e mercadológicas de cada país, adaptar seus produtos e serviços, precificar com inteligência, entender o câmbio, os custos ocultos e, acima de tudo, construir uma presença internacional sustentável.
O Programa de Qualificação para Exportação – PEIEX, iniciativa da ApexBrasil, tem desempenhado um papel fundamental nesse processo. Gratuito, o programa oferece um ciclo completo de capacitação e acompanhamento para empresas brasileiras, especialmente de pequeno e médio porte, que desejam dar os primeiros passos rumo à internacionalização. Por meio de diagnósticos personalizados, consultorias técnicas e um plano de exportação estruturado, o PEIEX prepara negócios para atuarem de forma competitiva nos mercados globais.
Para as startups, essa preparação é ainda mais estratégica. Em geral, essas empresas operam com produtos de base tecnológica, alta escalabilidade e foco em inovação — características que, se bem alinhadas ao contexto internacional, podem gerar grande valor agregado. O desafio está em entender as regras do jogo global: certificações, propriedade intelectual, legislação internacional, padrões técnicos, estratégias de entrada e relacionamento com distribuidores e parceiros estrangeiros.
Um caminho para inovação com competitividade global
Num momento em que o chamado “tarifaço” impõe novos custos ao mercado interno e pressiona margens de lucro, pensar em novos mercados é mais do que uma possibilidade — é uma forma de garantir competitividade. Exportar, para as startups, é também abrir espaço para o fortalecimento institucional. A qualificação técnica exigida por esse processo reverbera positivamente na gestão, na governança, na modelagem de produto e até na experiência do cliente, criando uma cultura de excelência que beneficia tanto o mercado externo quanto o nacional.
Por isso, programas de qualificação como o PEIEX precisam ser mais conhecidos e acessados pelas startups brasileiras. Mais do que capacitações pontuais, eles representam uma política pública de estímulo à inovação com foco internacional. Ao fomentar o preparo das empresas para o comércio exterior, o país fortalece sua presença global, reduz sua dependência de insumos primários e amplia sua relevância nos setores de tecnologia, sustentabilidade e serviços especializados.
Internacionalizar uma startup não significa abrir mão do mercado local, mas sim compreender que o potencial de crescimento e impacto pode — e deve — ultrapassar fronteiras. A qualificação para exportação, nesse sentido, é uma ferramenta estratégica que amplia horizontes, constrói pontes e conecta a inovação brasileira ao mundo.
Workshop: Programa de Qualificação para Exportação – PEIEX
Para empreendedores que desejam entender mais de perto como funciona esse processo de qualificação e o que o PEIEX oferece, será realizado um workshop presencial no próximo dia 17 de setembro de 2025, em Manaus. A iniciativa é promovida pela Bertha Capital, em parceria com a ApexBrasil, e tem como foco apresentar as oportunidades do programa às startups da região. O evento será gratuito e ocorrerá das 14h às 16h, no ValyUp Hub de Negócios (Av. Rodrigo Otávio, 4455 – Japiim).
É uma oportunidade para se informar, trocar experiências e entender como sua empresa pode se preparar para atuar no cenário global. A participação é aberta, mediante inscrição prévia.
