Quando a floresta pede cuidado: um olhar sobre os efeitos da malária na mente dos idosos amazônicos
Entre rios que se entrelaçam como artérias e florestas que respiram em verde profundo, a Amazônia é mais do que uma paisagem — é uma força viva que abriga histórias, saberes e também desafios que pedem atenção constante. Viver aqui é conviver com belezas e vulnerabilidades, onde doenças tropicais ainda testam os limites da ciência e da resistência humana. Foi nesse cenário que nasceu uma das pesquisas mais inovadoras sobre saúde na região: um estudo que revela como a malária Plasmodium vivax pode afetar as funções cognitivas e executivas de idosos amazônicos.
Ciência que nasce da Amazônia para o mundo
Conduzido pelo neuropsicólogo Rockson Pessoa, no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), o estudo é o primeiro no mundo a identificar impactos da malária vivax na saúde cognitiva de pessoas idosas.
A pesquisa acompanhou 140 idosos em Manaus, divididos entre quem havia sido infectado pela doença e quem não apresentava histórico recente de malária. Em diferentes etapas — da fase aguda até oito meses após a infecção —, os participantes passaram por avaliações neuropsicológicas que analisaram memória, raciocínio, flexibilidade cognitiva e capacidade de planejamento.
Os resultados acenderam um alerta: mesmo meses após o tratamento, idosos que tiveram malária apresentaram déficits cognitivos persistentes, com prejuízos em habilidades mentais essenciais para a autonomia e a qualidade de vida. O estudo também apontou que quanto maior o número de episódios de malária ao longo dos anos, mais intensos os impactos nas funções do cérebro.
Uma descoberta com significado amazônico e global
Em uma região onde a malária ainda é um desafio recorrente — o Amazonas concentra cerca de 40% dos casos de malária do país, segundo dados do Ministério da Saúde —, compreender seus efeitos de longo prazo é fundamental. A descoberta abre caminhos para políticas de atenção à saúde do idoso na Amazônia, incluindo o acompanhamento cognitivo de quem enfrentou a doença.
Mais do que um alerta epidemiológico, o trabalho de Rockson Pessoa representa o avanço de uma ciência feita a partir da Amazônia, por pesquisadores comprometidos em traduzir os desafios da floresta em conhecimento de impacto global.
Reconhecida nacional e internacionalmente, a FMT-HVD tem se consolidado como referência em pesquisas sobre doenças tropicais, reunindo especialistas que atuam na fronteira entre saúde pública e inovação científica. Além dos estudos sobre malária, a instituição lidera investigações sobre hepatites virais, leishmaniose, arboviroses e HIV, fortalecendo a produção de ciência amazônica voltada para o cuidado humano e para políticas de saúde mais justas e sustentáveis.
O Dia Internacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro, é uma oportunidade para refletir sobre a importância de valorizar e cuidar da terceira idade. Mais do que reconhecer sua trajetória, a data nos lembra do papel essencial que os idosos têm na transmissão de conhecimentos, afetos e valores para toda a sociedade.
Envelhecer é um processo natural, mas pode – e deve – ser vivido com qualidade, dignidade e com novas perspectivas. É aqui que entram instituições como a FUNATI (Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade), que atua fortemente no Amazonas oferecendo uma gama de cursos, oficinas e serviços para garantir um envelhecimento ativo, saudável e socialmente integrado.
O que a FUNATI oferece
A FUNATI desenvolve múltiplas atividades nas áreas de ensino, extensão, pesquisa e assistência à saúde voltadas para pessoas idosas. Alguns exemplos recentes:
Cursos e oficinas: Informática básica, preparação para aposentadoria, acompanhamento comunitário de pessoas idosas, cuidados paliativos, educador social do envelhecimento.
Atividades culturais, de lazer e inclusão digital: cursos “Conexão Digital 60+”, rodas de conversas, palestras, web-palestras, podcasts, campanhas educativas.
Atendimento em saúde: ações preventivas, saúde mental, fisioterapia, ambulatório de saúde do idoso.
Extensão social: FUNATI Social (oferecimento de serviços gratuitos como corte de cabelo, esmaltação, design de sobrancelha etc.) para alunos idosos.
Infraestrutura em desenvolvimento: será construída ampliação na sede com novas salas, auditório, e até piscina aquecida para ampliar serviços oferecidos.
No ano de 2024, a FUNATI encerrou com mais de 172 mil atendimentos voltados à pessoa idosa, reforçando ser um dos polos principais para quem busca envelhecer com qualidade no Amazonas.
Parceria FUNATI & Amazonprev
A FUNATI tem uma parceria com a Fundação Amazonprev que foca em promover bem-estar, qualidade de vida, saúde preventiva, exercícios culturais, educativos e de lazer para aposentados e pensionistas. Alguns detalhes:
O programa Idade Ativa, da Amazonprev, em conjunto com a FUNATI, oferece várias oficinas livres, aulas culturais, de dança, Pilates, Tai Chi Chuan e Espanhol para pessoas com mais de 50 anos.
Também há o programa “Viver Ativo e Saudável”, formalizado entre FUNATI e Amazonprev, que engloba oficinas, palestras, rodas de conversa e campanhas educativas de saúde, voltadas tanto para aposentados/pensionistas quanto para servidores ativos.
Em eventos como o FUNATI Social, há serviço de atendimento gratuito (como aferição de pressão, corte de cabelo, massagens, design de sobrancelhas etc.) para idosos, contribuindo para autoestima, bem-estar físico e social.
Essa parceria mostra que a Amazonprev, com apoio da FUNATI, vai além da previdência: promove inclusão, saúde preventiva, socialização, formação de novos saberes e atividades que favorecem um envelhecimento mais pleno.
Amoraki: o papel social da Fundação Muraki
Para completar esse panorama, é fundamental ver como a Fundação Muraki entra em cena por meio de seu Programa Amoraki (aMoraki):
Criado em 2021 para atuar junto a pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo idosos.
As primeiras ações eram de caráter emergencial (doação de cestas, distribuição de alimentos, refeições para moradores de rua, crianças e idosos em abrigos) e, a partir de 2022, o Amoraki vem se estruturando para ações contínuas, preventivas e de apoio social básico.
O programa inclui propostas para cursos de qualificação profissional, oficinas socioeducativas, campanhas de prevenção, acompanhamento social, visitas domiciliares, entre outras, para famílias de baixa renda.
A Muraki, por meio do Amoraki, reforça seus valores de inclusão, educação, cultura, lazer, capacitação, apoio familiar e ética. Esses valores convergem fortemente com os que a FUNATI aplica no público idoso.
A Amazônia é o maior celeiro de biodiversidade do planeta. Essa riqueza natural, aliada aos saberes tradicionais e à ciência, abre espaço para um novo modelo de desenvolvimento: a bioeconomia. Mais do que um conceito, ela representa uma aposta concreta para gerar renda, inovação e sustentabilidade, colocando a região como protagonista de soluções globais.
Tecnologia como aliada da floresta
O avanço tecnológico potencializa a transformação dos ativos da biodiversidade em produtos e processos de alto valor agregado. Da biotecnologia ao uso de inteligência artificial, do sensoriamento remoto ao desenvolvimento de novos materiais sustentáveis, a bioeconomia amazônica mostra que é possível unir conhecimento científico e inovação para criar cadeias produtivas que respeitam o meio ambiente e geram impacto social.
Casos que mostram que a bioeconomia já é realidade
Amazonly Cosmetics (AP) – transforma óleos e manteigas vegetais da floresta em cosméticos sustentáveis, com insumos fornecidos por comunidades ribeirinhas e indígenas. O resultado é geração de renda local e valorização dos saberes tradicionais.
AGJTech (AM) – startup manauara que utiliza o caroço de açaí, antes descartado como resíduo, para produzir bioplástico. Um exemplo de inovação circular que conecta sustentabilidade e mercado global.
Projeto MAM GÁP (MT) – conduzido pelo povo indígena Zoró, fortalece a identidade cultural e a autonomia por meio do extrativismo sustentável da castanha-do-Brasil.
Terramazônia (PA) – aproveita resíduos da castanha para desenvolver alimentos funcionais, agregando valor a um produto amazônico tradicional e abrindo novas possibilidades para a indústria alimentícia.
Esses e muitos outros projetos provam que a bioeconomia amazônica já está em curso — inovadora, inclusiva e sustentável.
O diferencial da Amazônia
O grande trunfo da região está na combinação entre diversidade biológica e diversidade cultural. Povos tradicionais, pesquisadores, empreendedores e instituições de ciência e tecnologia somam forças para transformar o potencial da floresta em soluções concretas para os desafios do presente e do futuro.
A conferência que conecta inovação e futuro
Para aprofundar esse debate e dar visibilidade a novas ideias, a 6ª Conferência Internacional sobre Processos Inovativos da Amazônia (AMOCI) reunirá em Manaus pesquisadores, empreendedores, investidores e instituições de ciência e tecnologia. O evento será um espaço estratégico para trocar experiências, apresentar cases de sucesso e fortalecer o ecossistema de inovação da região.
Vivemos em uma era em que a informação circula com velocidade sem precedentes — especialmente quando se trata de saúde. Aplicativos, portais, redes sociais, inteligência artificial e prontuários digitais fazem parte da nova realidade. No entanto, mais do que apenas acesso à tecnologia, é fundamental desenvolvermos competências para usar essas ferramentas com consciência, responsabilidade e autonomia. É nesse contexto que surgem três conceitos-chave: inteligência literacia, maturidade digital e saúde digital.
O que é Inteligência Literacia?
O termo pode soar novo, mas carrega uma ideia essencial: a capacidade de lidar de forma crítica, ética e eficaz com as informações digitais, principalmente no campo da saúde. Mais do que apenas saber ler ou usar a internet, trata-se de saber interpretar, avaliar e aplicar informações de maneira inteligente.
Imagine, por exemplo, uma pessoa que pesquisa sintomas na internet. Sem inteligência literacia, ela pode se assustar, cair em fake news ou seguir orientações perigosas. Já alguém com essa competência sabe identificar fontes confiáveis, interpretar o conteúdo de forma racional e buscar orientação médica quando necessário.
Já a maturidade digital está relacionada ao nível de preparo que indivíduos, profissionais ou instituições têm para usar a tecnologia de forma integrada e segura. Uma organização com alta maturidade digital, por exemplo, não apenas utiliza sistemas eletrônicos, mas também integra dados, treina equipes, protege informações sensíveis e acompanha inovações com responsabilidade.
No campo da saúde, isso significa instituições mais eficientes, seguras e humanas, que colocam a tecnologia a serviço da vida.
Por que isso importa?
Em tempos de desinformação, excesso de dados e dependência crescente da tecnologia, saber navegar nesse universo é tão importante quanto ter acesso a ele. Pessoas com baixa literacia digital em saúde tendem a:
Acreditar em informações falsas.
Ter dificuldades em usar aplicativos de saúde ou acessar exames online.
Sentir-se inseguras em consultas por telemedicina.
Tomar decisões equivocadas sobre tratamentos.
Já aquelas com inteligência literacia e maturidade digital são mais autônomas, críticas e participativas no seu cuidado com a saúde.
O papel das instituições
Para que essas competências se tornem realidade, é necessário um esforço coletivo. A educação em saúde digital deve começar nas escolas, se estender às universidades e ser parte das políticas públicas de saúde. Além disso, organizações como a Fundação Muraki podem desempenhar um papel fundamental, promovendo a formação, conscientização e apoio para o desenvolvimento dessas habilidades em todas as faixas etárias.
Convite Especial: Evento presencial e online sobre o tema
A Fundação Muraki convida educadores, acadêmicos, profissionais da saúde e demais interessados para um evento exclusivo sobre Inteligência Literacia e Maturidade Digital voltados para a Saúde, que acontecerá nesta quinta-feira, 11 de setembro de 2025, às 9h (horário de Manaus).
Tema: Inteligência literacia e maturidade digital voltados para saúde Palestrantes:
Prof. Dr. Ivan Pisa
Prof. Me. Gilberto Branco (Departamento de Informática e Saúde – UNIFESP)
Participe e fortaleça sua atuação no cenário digital da saúde. Informação de qualidade transforma práticas e salva vidas.
Mulheres indígenas como mediadoras de paz na Amazônia
Na confluência entre saberes ancestrais e clássicos, o projeto IRENE – Conflict Resolution Training sessions with indigenous women activists in Amazônia tem transformado o Alto Rio Negro por meio da força das mulheres indígenas. A iniciativa, apoiada por instituições como a Fundação Muraki, King’s College London, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidad de La Sabana, oferece formação em resolução de conflitos para mulheres ativistas da região amazônica.
O que é o Projeto IRENE?
IRENE é um programa de capacitação em resolução de conflitos que utiliza textos clássicos da filosofia ocidental – como os diálogos socráticos – e técnicas retóricas para treinar mulheres indígenas como mediadoras comunitárias. A abordagem inovadora conecta elementos do método socrático à realidade complexa e urgente das populações indígenas da Amazônia.
Mais do que um curso, o projeto é uma experiência de empoderamento e escuta ativa, que valoriza tanto a oralidade indígena quanto o pensamento crítico. As participantes são estimuladas a refletir, argumentar e propor soluções de forma colaborativa, respeitando suas culturas e realidades locais.
As mulheres formadas pelo projeto atuam diretamente em suas comunidades, mediando conflitos relacionados à disputa por terras, acesso à água, violência de gênero, entre outros desafios cotidianos. Ao se tornarem mediadoras, essas lideranças femininas não apenas promovem a resolução pacífica de conflitos, mas também fortalecem laços de confiança e solidariedade dentro e entre as comunidades indígenas.
Além disso, o conhecimento adquirido nos treinamentos é replicado localmente, criando redes autônomas de paz, diálogo e resistência no Alto Rio Negro — uma das regiões mais diversas e remotas da Amazônia brasileira.
A importância da UEA na iniciativa
Como parceira local do projeto, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) desempenha um papel essencial na articulação com as comunidades e na valorização do protagonismo indígena.
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes (PPGLA) e do grupo de pesquisa NIGRAM, tem um papel fundamental no desenvolvimento e articulação local do Projeto IRENE. Em uma das reuniões do grupo, o projeto foi apresentado como um “livro de trabalho baseado na literatura clássica para a resolução de conflitos”, destacando sua proposta inovadora de aliar filosofia, retórica e escuta ativa às realidades das comunidades indígenas. A presença do professor Dr. Ronald Forero‑Álvarez, da Universidad de La Sabana, reforçou o caráter internacional e interdisciplinar da iniciativa. Essa parceria acadêmica amplia o alcance e a legitimidade do projeto, conectando o saber científico com o território amazônico e suas urgências sociais.
Parcerias que constroem pontes
O projeto IRENE é fruto de uma cooperação internacional entre instituições comprometidas com a justiça social, os direitos humanos e a educação transformadora. Participam da iniciativa:
King’s College London (Reino Unido)
Universidad de La Sabana (Colômbia)
Universidade do Estado do Amazonas (Brasil)
Arts and Humanities Research Council (Reino Unido)
Cada instituição contribui com saberes específicos e apoio técnico para a continuidade e expansão do projeto.
Literatura, território e resistência
Ao unir os clássicos da literatura e filosofia com os saberes indígenas e os desafios contemporâneos da Amazônia, o IRENE se destaca como um modelo de educação transformadora e decolonial. Mais do que formar mediadoras, o projeto inspira uma nova geração de mulheres indígenas a ocupar espaços de decisão, proteger seus territórios e construir futuros possíveis — com justiça, equidade e paz.
Se o Projeto IRENE despertou seu interesse pela fusão entre literatura, mediação de conflitos e protagonismo indígena, o Programa de Pós‑Graduação em Letras e Artes (PPGLA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) oferece uma excelente oportunidade acadêmica para aprofundar essas temáticas. O processo seletivo para ingresso em 2025 oferece 20 vagas para o mestrado em Letras e Artes, e o edital com todos os requisitos, prazos e documentos necessários está disponível no portal da seleção da UEA ppgla.uea.edu.br+1. As etapas incluem avaliação de currículo, prova de conhecimentos, prova de proficiência em língua estrangeira, portfólio ou anteprojeto, e entrevista ppgla.uea.edu.br. Se você busca um caminho acadêmico comprometido com transformações sociais na Amazônia, essa é uma excelente chance de construir pesquisa com impacto e relevância local.
A ciência é fundamental para o desenvolvimento do Brasil. Pensando nisso, uma ideia legislativa que tem ganhado destaque no Senado propõe transformar os gastos com ciência em verdadeiros investimentos, garantindo mais segurança e continuidade para os recursos destinados a essa área tão estratégica.
A proposta, registrada no Portal e-Cidadania do Senado (IDEIA 202497), sugere que os recursos públicos aplicados em ciência, tecnologia e inovação deixem de ser vistos apenas como despesas e passem a ser tratados como investimentos de longo prazo. Isso traria benefícios como:
Reconhecimento do papel da ciência como motor da economia;
Estímulo ao aumento dos recursos para pesquisa e inovação;
Segurança jurídica para a aplicação constante e sustentável dos fundos públicos.
Os investimentos em ciência e tecnologia no Brasil (2023–2025)
Nos últimos anos, o Brasil avançou bastante no fortalecimento da ciência e tecnologia, com investimentos robustos que mostram o compromisso do governo e de parceiros com o setor. Veja os principais destaques:
Produção anual de artigos científicos brasileiros (x1000) entre 2014 e 2024 (SCIVAL, 2025)
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)
O FNDCT é um dos principais pilares do financiamento à ciência e tecnologia no Brasil. Criado para fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, ele canaliza recursos para projetos que vão desde a pesquisa básica até a inovação industrial, estimulando a criação de conhecimento e sua aplicação prática.
Nos últimos anos, o FNDCT tem registrado avanços expressivos na destinação e execução de recursos, mostrando sua capacidade de impulsionar setores estratégicos para o país. Confira alguns exemplos que ilustram a relevância do fundo:
Sirius – O Acelerador de Partículas Brasileiro: Um dos maiores projetos financiados pelo FNDCT, o Sirius é um acelerador de partículas de última geração instalado em Campinas (SP). Com investimento superior a R$ 500 milhões, ele serve para pesquisas em física, química, biologia e ciência dos materiais, atraindo cientistas do mundo todo e gerando inovação de ponta.
Laboratório de Máxima Contenção Biológica Orion: Com aporte de cerca de R$ 200 milhões, esse laboratório possibilita pesquisas em agentes biológicos de alto risco, fortalecendo a segurança e a capacidade de resposta do país em saúde pública e biossegurança.
Reator Multipropósito Brasileiro (RMB): O RMB é um projeto estratégico para o desenvolvimento da medicina nuclear, produção de radiofármacos e pesquisa em materiais. O FNDCT investiu mais de R$ 170 milhões na construção e operação do reator, que terá impacto direto na saúde pública e na indústria.
Cemaden – Monitoramento de Desastres Naturais: O fundo também apoiou com cerca de R$ 50 milhões a expansão da capacidade do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, ampliando a tecnologia para prever enchentes, deslizamentos e outros riscos, protegendo populações vulneráveis.
Além desses exemplos, o FNDCT financia uma ampla gama de projetos em áreas como inteligência artificial, energias renováveis, agricultura sustentável e nanotecnologia, sempre com foco em transformar conhecimento científico em soluções práticas para o Brasil.
O compromisso do FNDCT com o desenvolvimento tecnológico é evidenciado pelo volume crescente de recursos: em 2023, foram aplicados cerca de R$ 10 bilhões, com previsão de R$ 12,7 bilhões para 2024. Para o período de 2025 a 2029, está previsto um aporte total de quase R$ 96 bilhões, reforçando a importância do fundo como alicerce para o futuro da ciência nacional.
Colaboração internacional, nacional e institucional do Brasil e citações (totais e por publicação) entre 2020 E 2024 (SCIVAL, 2025)
Novo ciclo da Finep e da Embrapii
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) destinou R$ 1 bilhão para contratos de inovação em 2023, atingindo um total de R$ 7 bilhões em crédito e R$ 1,6 bilhão em subvenção econômica. Já a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) financiou mais de 600 projetos em 2024, com investimentos que somaram R$ 1 bilhão, impulsionando o desenvolvimento tecnológico nas empresas brasileiras.
Projetos estruturantes e programas estratégicos
O governo federal também tem apoiado projetos de grande impacto, como o acelerador de partículas Sirius, com mais de R$ 500 milhões investidos; o Laboratório de máxima contenção biológica Orion; o Reator Multipropósito Brasileiro; e a expansão da capacidade de monitoramento de desastres naturais pelo Cemaden. Além disso, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê investimentos bilionários até 2026, incluindo ações voltadas para ciência e inovação.
Por que isso importa para o Brasil?
Tratar os gastos com ciência como investimentos é entender que esses recursos trazem retorno social e econômico. A inovação tecnológica não só gera novos produtos e serviços, mas também melhora a competitividade do país e eleva a qualidade de vida da população.
Percentual de artigos brasileiros publicados (2014 a 2024) em revistas científicas que estão entre as 25 por cento top 25 mais citadas globalmente (SCIVAL, 2025)
Manaus vive um momento estratégico. Em meio aos desafios da Amazônia e às oportunidades de transformação digital, fomentar a inovação, a tecnologia e o empreendedorismo tornou-se essencial para garantir um futuro sustentável, competitivo e inclusivo para a região.
Por que investir em inovação em Manaus?
Historicamente conhecida pelo seu Polo Industrial, a capital amazonense precisa agora ir além da indústria tradicional e fortalecer seu ecossistema de conhecimento. Inovação é o motor que impulsiona novos modelos de negócio, gera empregos qualificados, melhora serviços públicos e traz soluções sustentáveis para os desafios locais, como mobilidade, educação, saúde e gestão ambiental.
Contexto Amazônico
Investir em inovação na Amazônia tem um papel estratégico nacional e global. As soluções criadas aqui têm potencial de impacto direto na preservação ambiental, bioeconomia, uso de tecnologias limpas e desenvolvimento de comunidades tradicionais, colocando Manaus como protagonista em agendas de futuro.
Incentivo às startups: o papel das novas ideias
As startups são essenciais nesse processo. Elas representam agilidade, criatividade e visão de futuro. Apoiar essas empresas em estágio inicial significa apostar em inovação na raiz — onde as ideias nascem e crescem para resolver problemas reais com base em tecnologia, ciência e impacto social.
Programas de aceleração, mentorias, eventos, acesso a investimentos e espaços colaborativos são fundamentais para que essas ideias se tornem negócios de sucesso. E é nesse cenário que entram iniciativas como o Polo Digital de Manaus.
O que são as mantenedoras — e por que são importantes?
Mantenedoras são instituições que investem financeiramente e institucionalmente no desenvolvimento do ecossistema de inovação. Elas apoiam ações, eventos, formações e projetos estratégicos, ajudando a garantir estrutura, continuidade e expansão das iniciativas locais.
Além do apoio material, as mantenedoras trazem experiência, redes de contato, know-how tecnológico e abertura de mercado, criando pontes entre startups e grandes empresas — o que aumenta as chances de sucesso e escalabilidade.
Novidade: Positivo Tecnologia é a nova mantenedora do Polo Digital de Manaus
Uma grande notícia fortalece ainda mais esse ecossistema: a Positivo Tecnologia agora é mantenedora oficial do Polo Digital de Manaus!
A empresa, que já atuava como associada desde 2021, dá um passo adiante em seu compromisso com a região, tornando-se uma das forças estratégicas do fomento à inovação local. Com forte atuação em educação, governo e setor corporativo, além de presença consolidada no Polo Industrial de Manaus, a Positivo se soma aos esforços para transformar Manaus em uma capital de tecnologia e futuro.
Esse movimento reforça a importância de parcerias comprometidas com o desenvolvimento sustentável da Amazônia e com a criação de oportunidades para os talentos locais.
Em alusão ao Agosto Lilás, mês nacional de prevenção e combate à violência doméstica contra a mulher, o Amoraki — programa social da Fundação Muraki —, através do Projeto Tesouro Amazônico, promoveu nesta semana uma atividade especial voltada para as idosas atendidas.
O que é o Agosto Lilás e por que é importante
O Agosto Lilás é uma campanha de conscientização que visa ampliar o debate sobre a violência doméstica, fortalecer os mecanismos de denúncia e promover o empoderamento feminino. Para mulheres idosas da região amazônica, essa reflexão tem um peso ainda maior: muitas cresceram em uma cultura de submissão, onde a mulher não tinha voz nem autonomia. Situações de silenciamento dentro do casamento — desde decisões simples do dia a dia até a vida sexual — foram relatadas por algumas das participantes.
Flores que merecem cuidado
A ação, conduzida pela psicóloga e coach Dra. Fabíola Silva, recebeu o nome “Somos Preciosas”. A proposta foi uma dinâmica de arte e reflexão intitulada “Flores que Merecem Cuidado”, em que cada idosa confeccionou uma rosa simbólica representando as atitudes e valores que deseja receber para florescer com dignidade: respeito, cuidado, amor e proteção. Para a psicóloga:
“O objetivo é que elas se reconheçam como flores preciosas, que precisam ser cuidadas para florescerem de forma plena. A atividade também ajuda no resgate da autoestima e da autonomia, mostrando que nunca é tarde para dizer não à violência”.
A presença da psicóloga é fundamental nesse processo, pois cria um espaço seguro para que as idosas compartilhem experiências, reconheçam episódios de violência que muitas vezes viveram sem perceber e fortaleçam sua autonomia. A escuta qualificada e o suporte emocional ajudam cada uma delas a reconstruir a própria história com mais consciência e amor-próprio. A dra. Fabíola assiste ao grupo com a ajuda de mais duas psicólogas.
Muito mais que um encontro
Antes da dinâmica sobre o Agosto Lilás, o grupo participou de uma oficina de sabão artesanal, atividade de arte-terapia voltada para a sustentabilidade e para a prática coletiva. Com o auxílio das psicólogas e da assistente social Simone Saraiva, as idosas reutilizaram óleo de cozinha trazido de casa e aprenderam a transformá-lo em sabão caseiro. A atividade promoveu aprendizado, cooperação e autoestima, mostrando que o cuidado com o meio ambiente pode caminhar junto com o fortalecimento pessoal.
Visão e ação
O Amoraki, programa social da Fundação Muraki, realiza encontros semanais com idosas do projeto Tesouro Amazônico, sempre às terças e quintas, oferecendo atividades educativas, terapêuticas e de convivência. Atualmente, o programa conta com o fomento do Fundo Manaus Solidária, que possibilita a continuidade e ampliação dessas ações de cuidado e empoderamento.
Para a Fundação Muraki, manter programas como o Amoraki é reafirmar o compromisso com a promoção da dignidade humana, do fortalecimento comunitário e da valorização da pessoa idosa. Cada atividade é pensada para que essas mulheres reconheçam seu valor, se fortaleçam emocionalmente e descubram novas formas de florescer.
No dia 12 de agosto de 2025, Manaus sediou o Fórum de Melhoria do Ideb: Educação com Ferramentas Tecnológicas, promovido pela Fundação Muraki, no auditório da Escola de Enfermagem da Ufam. O evento reuniu gestores, especialistas e educadores de diferentes municípios para discutir práticas, desafios e soluções voltadas à elevação dos indicadores da educação básica, com ênfase no uso de tecnologias digitais, plataformas de avaliação e inteligência artificial como aliados estratégicos.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado em 2007 pelo Inep, combina taxas de aprovação com o desempenho dos estudantes nas avaliações nacionais. O próximo ciclo está previsto para este ano, no entanto, a divulgação dos resultados ocorrerá apenas em 2026. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que serve de base para o cálculo do Ideb, será aplicado entre 20 e 31 de outubro de 2025, com os resultados preliminares sendo divulgados entre 6 e 10 de julho de 2026.
O Ideb é calculado a partir de dois componentes principais: a taxa de aprovação escolar e o desempenho dos alunos em provas de Língua Portuguesa e Matemática. Essas provas fazem parte do Saeb, que será aplicado em 2025 para estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental e das 3ª e 4ª séries do Ensino Médio. Além disso, haverá aplicação amostral para estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental e questionários específicos para professores, diretores, secretários municipais e familiares dos alunos.
É importante destacar que, embora o ciclo de 2025 esteja em andamento, o formato atual do Ideb será mantido. Mudanças significativas no indicador estão sendo discutidas e, caso implementadas, devem ser aplicadas a partir do Ideb de 2027. Para o diretor executivo da Fundação Muraki, Fernando Moreira Jr., esse debate vai além das estatísticas:
“Discutir o Ideb é pensar em como garantir mais oportunidades para nossas crianças e jovens. A melhoria desses índices não é apenas estatística, mas reflete no futuro de cada estudante.”
Nos últimos anos, Manaus alcançou avanços expressivos. Entre 2021 e 2023, o Ideb nos anos iniciais do ensino fundamental saltou de 5,5 para 6,2, superando capitais como Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e Salvador. O resultado também se estendeu às 84 escolas rurais da rede, fortalecidas por estratégias como educação em tempo integral, busca ativa e envolvimento das famílias. Em 2025, duas escolas municipais se destacaram nacionalmente ao receber o Prêmio MEC da Educação Brasileira: a Escola Municipal José Carlos Martins Mestrinho e a Professora Francisca Pereira, que elevou seu desempenho de 5,4 para 6,9 no Saeb.
Essa evolução, no entanto, exige continuidade. Para a palestrante Vanessa Miglioranza, o ponto central está no professor:
“Quando apoiamos o professor em sala de aula, toda a rede se fortalece. A melhoria do Ideb passa, necessariamente, pelo fortalecimento da prática docente.”
Vanessa Raquel Silvestre Miglioranza, Secretária de Educação de Itacoatiara Palestra sobre a “Aplicação de Simulados Digitais da Prova Saeb na Secretaria de Educação de Itacoatiara”
A integração entre universidade e rede básica também foi ressaltada. O reitor da Ufam, Sylvio Puga, destacou que “a universidade tem responsabilidade social e deve estar próxima das escolas, compartilhando conhecimento e construindo soluções conjuntas.”
O especialista em gestão educacional Leandro Wendel reforçou a importância do uso inteligente dos dados: “Os números do Ideb são um diagnóstico. Cabe a nós transformá-los em plano de ação concreto.”
Leandro Wendel Martins, Esp. em Gestão Escolar e da EaD Palestra “Design Colaborativo, Gestão Escolar e Tecnologias Educacionais”Sylvio Puga, professor Titular da UFAM Palestra “Panorama do Ideb no Estado do Amazonas e os Impactos no IDH”
Na mesma linha, o subsecretário da Semed Manaus, Arone Bentes, lembrou que o desafio é também administrativo: “Não basta ter bons programas. É preciso garantir acompanhamento e resultados efetivos.”
A experiência de outros municípios também trouxe inspiração. O secretário de Educação de Manacapuru, Adanor Porto, relatou que “quando colocamos a educação como prioridade da gestão, conseguimos mobilizar toda a cidade em torno do aprendizado das crianças.”
O principal palestrante do dia, Celso Tatizana, defendeu a integração entre tecnologia e gestão pedagógica:
“Tecnologia e gestão precisam caminhar juntas. Só assim conseguiremos sustentar os avanços e garantir que o Ideb seja reflexo de aprendizagem real.”
Celso Tatizana, autor do software Visual Class e da plataforma de avaliação diagnóstica VisualClassNet Palestra “Melhoria do IDEB com a Utilização de Tecnologias Educacionais”
A palestrante sergipana Fernanda Fontes compartilhou experiências de seu estado, reforçando que “é possível avançar, mesmo em cenários adversos, quando há foco na aprendizagem e colaboração entre redes.”
Também participaram do encontro nomes como Cesar Montes, presidente da FUNDACEM, que lembrou que “o compromisso com o Ideb não é apenas pedagógico, é também social e político. Precisamos unir esforços para mudar a realidade das nossas escolas”, e o palestrante Eduardo Giraldez, que destacou que “inovar na educação é mais do que usar tecnologia: é colocar o aluno no centro e criar condições reais para que aprenda com qualidade.”
Fernanda Fontes, Conselheira do FUNDEB/SE Palestra “Os Resultados Educacionais e a Evolução dos Recursos VAAR e ICMS Social Destinados aos Municípios da Região Norte”Eduardo Giraldez, Empreendedor das áreas de Tecnologia, Comunicação e Educação Palestra “Aplicações Práticas e Casos de Uso da Inteligência Artificial na Educação”
No panorama estadual, o Amazonas alcançou 5,7 pontos nos anos iniciais, 4,8 nos anos finais e 3,8 no ensino médio no último Ideb. Embora o desempenho do ensino médio ainda seja um desafio, o estado cumpre as metas e se posiciona acima da média da região Norte, que em 2023 registrou 5,8, 4,7 e 4,1, respectivamente.
Para os participantes, o encontro em Manaus serviu como preparação para que a região continue se destacando no cenário nacional, inclusive, de acordo com o organizador do evento, professor Edimilson Bruno, o fórum representa um marco de articulação: “Este fórum nasceu da necessidade de trocar experiências. Nosso desafio é transformar boas práticas em políticas permanentes.”
Mais do que apresentar números, o Fórum de Melhoria do Ideb mostrou que os avanços dependem da soma de esforços entre escolas, universidades, gestores públicos e sociedade civil. Como ressaltou Fernando Moreira Jr.(MRK), trata-se de garantir que cada indicador expresse uma transformação real na vida de milhares de estudantes da Amazônia.
Outro ponto importante durante o evento foi o lançamento da plataforma de cursos profissionalizantes da Faculdade Impacta, em Manaus, através de uma parceria com a Fundação Muraki. Clique na imagem e conheça mais:
Desenvolvimento sustentável e qualificação profissional são destaque no Mês do Economista em Manaus
A capital amazonense recebe, ao longo de agosto, uma série de ações voltadas ao fortalecimento da economia regional, durante a programação especial do Mês do Economista. A iniciativa reuniu profissionais, estudantes e representantes de instituições públicas e privadas para debater os rumos da economia amazônica frente aos desafios contemporâneos, como a reforma tributária e as mudanças climáticas.
Com minicursos, palestras, oficinas e encontros regionais, a programação reforçou a importância de investimentos em capacitação técnica, planejamento estratégico e inovação para o desenvolvimento sustentável da Amazônia — pilares que também orientam o trabalho da Fundação Muraki há mais de duas décadas.
Um dos pontos altos da agenda foi o XIII Encontro das Entidades de Economistas da Amazônia Legal (ENAM), que teve como tema “Pacto Econômico com a Amazônia frente às mudanças climáticas: rumo à COP30”. O evento resultou na elaboração de uma carta-proposta com diretrizes econômicas sustentáveis para a região, evidenciando o papel estratégico da Amazônia no debate global sobre o clima.
Diálogo com a missão da Fundação Muraki
A Fundação Muraki atua diretamente na promoção da educação, inovação e qualificação de profissionais para o fortalecimento da economia regional. A Fundação também investe na estruturação de núcleos de inteligência e no suporte à pesquisa aplicada, com foco em soluções alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e às demandas reais da sociedade amazonense.
Eventos como o Mês do Economista evidenciam o quanto é necessário integrar formação técnica, políticas públicas e desenvolvimento sustentável — objetivos que fazem parte da trajetória da Fundação Muraki.